domingo, 1 de dezembro de 2019

Epístola aos hebreus - Parte 3

Nessa aula nós finalizaremos os estudos do livro de Hebreus, retomando o conceito da necessidade de não voltar atrás e concluindo com um breve estudo dos heróis da fé. 

 CARTA AOS HEBREUS – PARTE 3 

No livro de Hebreus, embora toda argumentação seja teológica e apele para o Antigo Testamento, existe um objetivo pastoral de alcançar corações que precisam ser fortalecidos na fé e que precisam que o entendimento floresça de tal forma, que Jesus Cristo fique mais claro e mais transparente do que qualquer realidade adversa da vida, a fim de que não sejamos tentados a voltar atrás. “Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam a Deus.” - Hebreus 10:1
Conforme reflexão da aula anterior, se esse formato de culto não tem capacidade de nos aperfeiçoar, o que poderia então fazê-lo? A resposta está justamente no sangue, no sacrifício de Jesus, que é o que purifica nossa consciência das obras mortas. “Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados.” - Hebreus 10:14 “Doutra maneira, não teriam deixado de ser oferecidos? pois tendo sido uma vez purificados os que prestavam o culto, nunca mais teriam consciência de pecado.” - Hebreus 10:2 Nessa antiga forma, a consciência do pecado continua sendo algo que impede a caminhada. “Mas nesses sacrifícios cada ano se faz recordação dos pecados,” Hebreus 10:3 Nesse ato do sacerdote entrar no Santo dos santos para aspergir o sangue em cima do propiciatório, esses pecados estão sendo rememorados e a consciência não está sendo resolvida. “Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste; não te deleitaste em holocaustos e oblações pelo pecado. Então eu disse: Eis-me aqui no rol do livro está escrito de mim para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tendo dito acima: Sacrifício e ofertas e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem neles te deleitaste os quais se oferecem segundo a lei;” Hebreus 10:5-8 Percebemos, então, que é o próprio sacrifício de Jesus Cristo que vai trazer essa purificação de obras mortas. Vemos isso nos versículos 13 e 14, que é esse sangue que consegue alcançar a forma definitiva para que ela não seja aprisionada pela convicção de culpa. Quando falamos de culpa, mesmo aquelas pessoas que aparentemente não sentem culpa ou remorso, a Bíblia nos garante que, de alguma forma, todo mundo tem essa consciência. E mesmo para aqueles que estavam constantemente trazendo sacrifícios, somente o sangue é o que realmente tem poder de alcançar o mais profundo e nos promover a paz. Porque à medida que a Palavra de Deus vai esclarecendo, vamos tendo mais convicção dos nossos erros, dos nossos pecados, da nossa situação e de como temos facilidade de nos distanciarmos de Deus. Então nós vemos nos versículos 13 e 14 que é o sangue de Jesus Cristo, através do Seu sacrifício, e essa essência da Nova Aliança que conseguem alcançar o que nada e ninguém conseguiu alcançar. No sangue temos a garantia de vida eterna, de remissão dos pecados e a garantia de que, finalmente, nossa consciência pode ser acalmada, tranquilizada, porque o sangue tem essa competência de purificar a vida do crente.

Prosseguindo em Hebreus 10:19-25, nessa segunda parte nós somos exortados a entrar com ousadia com um coração sincero diante de Deus. Hoje em dia quando as pessoas falam em se aproximar d’Ele com um coração sincero, às vezes não fica tão transparente, que esse ato é uma impossibilidade sem a mediação de Jesus Cristo. Porque, como pode um ser completamente perfeito, puro e santo entrar em contato com alguém que é limitado, pecador, provisório? Para melhor ilustrarmos, imaginemos um leão. Ele tem seu instinto e, quando nos vê à sua frente, de nada adiante nós falarmos com ele, agradando com palavras, porque o seu instinto vai fazer com que, naturalmente, ele nos devore. Da mesma forma, a santidade de Deus é algo tão imensurável, que somente em estarmos na Sua presença já seríamos natural e imediatamente fulminados por essa santidade, tamanha desproporção entre a santidade de Deus e a condição do homem. E, mesmo agora, depois de já termos sido alcançados pela graça, a única possibilidade de estarmos na presença de Deus diante desse tremendo desnível é através da mediação de Jesus Cristo. Não é simplesmente porque podemos chegar agora na presença de Deus - porque Ele é bom, é amor e isso é fato. No entanto, pelo fato de ele também ser tão perfeitamente Santo, isso de uma forma radical, seria suficiente para fulminar qualquer ser humano. A santidade de Deus é alguma coisa que vai além da nossa compreensão.

Assim sendo, a única possibilidade de nós termos acesso a Deus - conforme nos garante o sangue de Jesus – e chegarmos diante d’Ele sem sermos fulminados é através de Cristo. Um Deus tão santo não permitiria uma aproximação desse tipo. Para ilustrar, quando Moisés estava recebendo as tábuas da lei, ninguém podia se aproximar do monte, Tanto é que, se algum cachorro ou algum animal se aproximasse do Monte, seria apedrejado. Essa mesma ideia se repete em Hebreus. O que precisamos entender, então, é que essa manifestação da Glória da santidade de Deus é alguma coisa tão além da nossa compreensão que antes era impossível para o homem se aproximar de d’Ele. Quando os sacerdotes entravam no Santo Lugar, todo o povo ficava ao lado de fora, sem acesso, com o caminho interditado para chegar na presença de Deus. Se antes era impossível por conta desse desnível, como então um ser imperfeito como eu e você ousaria chegar diante de um Deus tão absolutamente perfeito? Essa disparidade de um Deus perfeitamente Santo e um homem pecador, isso deveria ser mais visível e, claro, este encontro fatalmente destruiria o homem. Podemos ver essa reverência do judeu de forma bem clara. Quando ele pega o texto bíblico e lê o nome de Yaveh, ele não ousa sequer pronunciar o nome de Deus que está escrito no pergaminho, por entender a santidade. Esse homem, então, põe a mão na sua boca e, em vez de dizer o nome de Deus, ele diz “Adonai”, tamanha é a consciência da Sua santidade.  

Como, então, um homem pode chegar na presença de Deus e permanecer vivo? Diante desse abismo que existe entre Deus e o homem, esse novo e vivo caminho, Jesus Cristo, é a mediação de que precisamos para garantir esse acesso. Porque, agora, a nossa consciência é tratada de tal forma, que eu posso me encher de confiança e entrar na presença de Deus. No entanto, devemos nos atentar a extremos, no caso de pessoas que têm uma consciência tão rasa, tão superficial, que acreditam que estão em pé de igualdade com Deus e acham que podem estar em contato com Ele e se fazem senhores do tempo. De outro extremo temos aquelas pessoas que, de uma maneira acanhada, acham que é impossível se aproximar de Deus. Esse capítulo 10 de Hebreus nos traz uma consciência nova de que o judeu entendia e que a nossa geração precisa relembrar: voltar a entender o abismo que existe entre a santidade de Deus e o meu pecado. “Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus,” – Hebreus 10:19 Quando ele fala em ousadia, está se referindo não ao ato de pedir qualquer coisa, mas ousadia porque agora sabemos que, pelo sangue de Jesus, agora temos acesso ao Pai. Da mesma forma que o sumo sacerdote aspergia o sangue na tampa do propiciatório, assim também, agora, podemos chegar na   presença de Deus, com uma ousadia que nada tem a ver com conquista de coisas, mas uma ousadia que entende essa diferença. Estamos falando da ousadia de que, agora, eu continuo entendendo sobre a Santidade de Deus e que Ele é acima de todas as coisas, mas tenho confiança de que eu não serei fulminado na Sua presença. Portanto, vou com ousadia porque sei que o sangue de Jesus que está sobre a minha vida me garante, de uma forma confiante e ousada, que eu chegue na presença de Deus. No entanto, com a mesma reverência e com mesmo temor que o sumo sacerdote entrava no Santo lugar. No Tabernáculo antigo, quando o sumo sacerdote entrava no santíssimo lugar, ele tinha uma cordinha com sininhos em sua veste sacerdotal para que ele fosse puxado, caso estivesse em pecado ou alguma coisa lhe acontecesse na presença de Deus. Ao pararem de tocar os sinos, ele poderia ser puxado para fora. Portanto, a ideia do Santíssimo lugar é que este é um lugar excepcional. Então, quando no Versículo 19 e 20 somos estimulados a chegar com ousadia e confiança, é esse tipo de ousadia que o escritor está falando: não a ousadia de conquista, mas uma ousadia de quem entendeu que não está entrando no Santo dos santos sem o sangue - ninguém entra no Santo dos santos sem sangue.

Agora, tendo o sangue – que foi derramado por Jesus - estando nesse novo e vivo caminho, sem véu, baseado nesse Sumo Sacerdote, eu chego com coração verdadeiro, com plena certeza de fé, conforme o texto nos versículos 21 e 22. “E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemonos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,” – Hebreus 10:21,22 É essa confiança de que agora o sangue de Jesus me garante acesso. Retomando o exemplo do leão, ninguém chegaria à sua frente de qualquer jeito. Da mesma forma, ninguém pode chegar diante do Deus soberano de qualquer forma; se não for pelo sangue de Jesus, ninguém se sustenta na frente de Deus. Mas confiamos em Jesus Cristo cheio de ousadia com convicção certeza de fé, guardando a nossa confissão, a nossa convicção de fé. Agora podemos chegar ao Trono de Deus para desenvolvermos um relacionamento com uma Nova Aliança, de um povo que tem a sua lei guardada no coração. Vivemos em um tempo onde existem milhares de pessoas desigrejadas, que uma vez quiseram andar para frente mas agora voltaram atrás, abandonaram as igrejas, abandonaram as suas comunidades por causa de diferenças e dificuldades. Por isso precisamos compartilhar essa verdade que está na Bíblia.  

“E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” – Hebreus 10:24,25 No versículo 24 o texto fala para estimularmos as boas obras, baseadas em amor. O escritor de Hebreus afirma que podemos ir com confiança e ousadia para chegarmos diante da presença de Deus, porque agora não precisamos ter medo de sermos fulminados pela santidade de Deus. Agora somos garantidos com base nesse sangue do Sacerdote. Depois de falar isso, ele aconselha que estimulemos o nosso irmão nas boas obras, dando ainda um conselho no Versículo 25: toma cuidado para não deixar de se congregar, como é de costume de alguns. 

Nota Pastoral

 Acabamos de ver que não temos desculpa para deixar de congregar. O escritor de Hebreus fala que nem os tempos difíceis, onde estamos correndo o risco de que os nossos bens sejam confiscados, que a nossa vida seja ceifada, dificuldade alguma seria argumento para que deixássemos de congregar com o corpo de Cristo. Não use o argumento: Por que a igreja tem fariseu demais, saduceus de menos, ou porque a dificuldade é grande. Não deixe de congregar. Assim diz a Palavra de Deus no versículo 25, que serve para a nossa edificação. “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições; pois por um lado fostes feitos espetáculo tanto por vitupérios como por tribulações, e por outro vos tornastes companheiros dos que assim foram tratados.” – Hebreus 10:32,33 O escritor de Hebreus traz à memória os momentos de prova, os momentos realmente difíceis que eles viveram logo após suas conversões e de quando participaram de prisão de irmãos em Cristo. Então ele lembra que eles conseguiram sobreviver àqueles momentos difíceis e, por conta disso, também podem sobreviver a esse momento atual, pois têm o Trono da Graça onde podem encontrar misericórdia. O povo de Deus agora tem acesso ao Trono, e sua consciência não irá lhes acusar, tampouco Deus irá destruí-los, porque o sangue de Jesus garante essa proximidade. 

Nota Pastoral 

Mais uma vez eu chamo atenção para o fato de hoje haver pessoas tão obscurecidas na sua consciência, que não entendem esse abismo entre a santidade de Deus e a nossa condição. Só temos uma possibilidade de estarmos diante do nosso Pai: a mediação de Cristo Jesus. Até mesmo hoje quando você ora, quando você fecha os seus olhos e quando você inclina seus pensamentos diante de Deus, lembre-se que essa oração que você faz é sustentada pela mediação. Por que aprendemos a orar em nome de Jesus? Porque só nesse nome nós temos possibilidade de estar de joelho diante de um Deus justo e verdadeiro. Que a nossa consciência não fique obscurecida pelo nosso ego, pela nossa vaidade, ou pela nossa presunção de santidade. Ainda hoje, o que nos sustenta na presença do Pai é a mediação de Jesus Cristo, é o Seu sangue que nos garante acesso à vida eterna e comunicação com o Pai. Sabemos que agora podemos falar e sermos ouvidos.  

Porque uma coisa é existir um Deus onipotente, onisciente, onipresente, Ele está em todos os lugares e enxerga todas as coisas. Outra coisa é você ter acesso íntimo à Sua presença. O acesso só é possível através da mediação. Então, enquanto você ora, enquanto você busca a Deus, lembre-se de que o que sustenta a sua oração não é a sua Santidade, não é a sua obediência, não é a sua experiência. O que sustenta a sua oração e o seu acesso a Deus é mediação por Jesus Cristo - é o sangue do Cordeiro sobre a sua vida.   


Capítulo 11 

 Nesse capítulo nós temos a Galeria da Fé, que o escritor de Hebreus vai falando de nossos grandes heróis que viveram pela fé e com intensidade, deixando um legado de testemunhos inigualável e inestimável. E ele começa definindo a fé no Capítulo 11 Versículo 1. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem.” – Hebreus 11:1 Ter fé é ter esperança em alguma coisa que ainda não vemos. Só tem fé quem está esperando, é uma característica de pessoa esperançosa, de quem está com convicção, é a esperança que o caráter de Deus é tão perfeito que não vai falhar conosco. Quem tem fé é alguém que olha para as circunstâncias e para o caráter de Deus e opta pelo caráter de Deus, que é perfeito.  

Muitas vezes pensamos em fé como aquela coisa de conquistadores, de gente conquistando, mas fé não é questão simplesmente de conquistar, porque a esperança não tem necessariamente a ver com conquista. O conceito de fé é tremendamente mais abrangente. Às vezes ilustramos como exemplo de fé a figura de Airton Sena ganhando uma corrida, chegando e triunfando. Ou podemos pensar em um time ganhando um campeonato importante, ou mesmo alguém conquistando uma casa nova. Embora tudo isso seja fé, o escritor de Hebreus está falando que a fé vai muito além disso. A fé é uma esperança que invade e percorre todos os caminhos da vida. É uma esperança que está presente em nossa vida não apenas quando conquistamos. Mas é uma esperança que está conosco nos momentos altos e baixos, em momentos tristes e alegres. E então no Capítulo 11 podemos ver diferentes momentos e pessoas que viveram por essa fé. “Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho.” – Hebreus 11:2 A primeira afirmação que temos no versículo 2 é que a fé é aquilo que nos faz alcançar bom testemunho. Que bom testemunho é esse? É aquele que Jesus Cristo dá ao nosso respeito, a justiça que foi colocada sobre a nossa vida. Não em um testemunho baseado em nós mesmos, nas nossas ações, mas um testemunho de que Jesus morreu por nós. Portanto, a fé é aquilo que faz com que alcancemos esse testemunho que Jesus Cristo colocou naquela Cruz. “Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê.” – Hebreus 11:3 Nesse versículo podemos ver que esse entendimento se refere à criação. Ou seja, pela fé entendemos a criação, onde o visível é feito daquilo que é invisível. Lembrando que a fé é a esperança de pessoas em circunstâncias diversas. Fé é esperança para conquistar, esperança para viver, esperança que o caráter de Deus é tão puro, tão perfeito, que Ele não vai nos deixar na mão. “Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho das suas oferendas, e por meio dela depois de morto, ainda fala. Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte; e não foi achado, porque Deus o trasladara; pois antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus. Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, sendo temente a Deus, preparou uma arca para o salvamento da sua família; e por esta fé condenou o mundo, e tornou-se herdeiro da justiça que é segundo a fé.” – Hebreus 11:4-7

O texto continua falando da fé de Abel, porque quem oferta precisa ser marcado ou encharcado por uma esperança tal, que em um movimento de ofertar ao próximo, estejamos cheios de esperança, que se transforma em uma ação concreta. Pela fé Enoque foi transladado, Noé implementou um projeto que ninguém acreditava. Então ter fé é muitas vezes insistir em projetos que você vê e ninguém consegue ver. É obedecer quando todo mundo está indo na contramão, quando todo mundo ridiculariza você por conta da sua percepção, do seu projeto. Enquanto as pessoas olham para esquerda e você olha em frente, porque pela fé consegue andar na contramão. Fé não é simplesmente aquele momento onde você alcança o seu prêmio, mas é o momento onde está andando na direção onde outros não têm coragem de andar. “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra estranha, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus.” – Hebreus 1:8-10 Pela fé Abraão foi chamado para um lugar que ele não sabia. Ter fé é ter esperança para ir a lugares que ninguém conhece. Ter fé é ter esperança é ter convicção de ir a lugares que não conhecemos, é entrar em uma rua que temos que entrar pela esperança no caráter do Cordeiro, porque sabemos que Ele vai nos sustentar. Quando Abraão recebe a promessa, Deus manda que ele saia de sua terra, do meio da tua parentela para ir a um lugar que Ele lhe mostraria. O que Abraão faz é simplesmente dizer sim, embora não saiba o lugar aonde vai chegar. E então, pela fé, parte para um lugar desconhecido. Ter fé é ter coragem para ir para lugares que você ainda não conhece. Ter fé não é simplesmente ficar em todos os lugares conhecidos, mas é ter coragem para invadir e experimentar os desconhecidos que Deus vai colocar na sua vida. “Pela fé, até a própria Sara recebeu a virtude de conceber um filho, mesmo fora da idade, porquanto teve por fiel aquele que lho havia prometido. Pelo que também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar.” – Hebreus 11:11,12 Aqui temos a fé para gerar filho em qualquer idade, que é um grande desafio. Então ter fé é ter esperança. Pela fé os pais de Moisés o esconderam. Fé, portanto, não é simplesmente o momento de mostrar, porque as vezes pela fé você vai ser obrigado a proteger, a fugir. Fé é ter força pra lutar, mas às vezes é também ter força para evitar a batalha; às vezes é subir uma montanha muito alta, mas às vezes é ter discernimento para não subir.  

Fé é ter coragem para correr na direção do inimigo, mas também é ter coragem para correr na direção oposta a ele. Porque estamos falando de esperança e a esperança precisa nos sustentar em todas as circunstâncias, não só quando estamos conquistando coisas, mas em momentos difíceis do dia a dia e quando não temos resposta. Então, pela fé, os pais de Moisés esconderam, e só esconderam porque tiveram fé. Às vezes a fé vai te surpreender, porque é sempre um desafio continuar tendo esperança. Enquanto várias famílias estavam perdendo seus filhos, aquela família escondeu para continuar a ter esperança de que Moisés não ia falecer e ser destruído por um Faraó. Era essa coragem de continuar tendo esperança enquanto as outras famílias estavam chorando o seu luto, de tomar uma atitude mesmo sem entender. Fé é ter coragem e esperança de continuar acreditando nas promessas de Deus, mesmo quando seu corpo já está velho e cansado, e, mesmo assim, continua tendo esperança em Cristo Jesus. “Pela fé Isaque abençoou Jacó e a Esaú, no tocante às coisas futuras. Pela fé Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José, e adorou, inclinado sobre a extremidade do seu bordão.” – Hebreus 11:20,21 Pela fé Isaque abençoou Jacó, então vemos que muitas vezes pensamos em ter fé para sermos abençoados, mas precisamos ter fé também para abençoar. Às vezes, perto da morte, nós somos tentados a perder a esperança ou usar nossa fé na direção que nem sempre faz tanto sentido biblicamente. Mas pela fé, enfrentando a morte, Isaque pensa em abençoar a sua descendência. Fé é ter força para continuar em pé, mas também é ter força para ter que se ajoelhar. Fé é ter coragem para lutar, para ser curado, mas também é necessária quando a cura não vem, a fim de permanecermos em paz diante de um Deus, que é perfeito e que tem uma vontade perfeita. Então precisamos ter fé para receber cura, e também para não recebê-la. Porque quando não recebemos a cura, também precisamos ter esperança de que Deus é bom. Precisamos ter fé quando estamos vivendo, precisamos ter fé para viver e também para morrer. Precisamos ter fé para derrubar as muralhas de Jericó, para vencer os Golias da nossa vida, triunfar, subir, voar, progredir alcançar. Mas também precisamos ter fé para sermos serrados ao meio, para levar a mensagem do Evangelho. Porque a fé é característica de quem tem esperança, mesmo quando as coisas estão difíceis. Para finalizar, o livro de Hebreus foi escrito para um grupo de judeus cristãos que estavam pensando em olhar atrás, porque que o risco da vida ficou tão forte, que o pensamento de regredir tomou conta de boa parte deles. Por isso o capítulo 11 é muito importante para entendermos o livro de Hebreus, pois ter fé é ministrar a esperança para a pessoa que está do seu lado pensando em desistir.

Portanto,  é  preciso  compartilhar  que  essa  esperança  em  Jesus Cristo  é  maior  e  que,  por  mais  que  essa  dificuldade  dos  conflitos fragilize  o  nosso  coração,  neste  tempo  oportuno  onde  o  nosso coração  parece  ser  esmagado,  e  nossa  fé  destruída,  chegamos com  ousadia  diante  do  Deus que  é  perfeito.   Cheguemos,  então,  com  ousadia  ao  Trono  da  Graça,  para  que possamos  encontrar  a  misericórdia  a  fim  de  nunca  abandonarmos a  verdade  mais  maravilhosa  que  foi  entregue  ao  ser  humano:  a verdade  da  mensagem  do  Evangelho.  Tenha  fé  para  continuar,  ter fé  é  coisa  de  gente  que  continua  tendo  Esperança  em  Jesus Cristo.  E  que  essa  esperança  tome  conta  do  seu  coração. 

Nenhum comentário: