quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Apocalipse - Parte 3

 Neste  módulo  nós  vamos  falar  a  respeito  de  Apocalipse  em  um tom  pastoral,  como  uma  conversa  livre  acerca  dos  últimos acontecimentos,  falando  sobre esperança  e  consolação. 

APOCALIPSE  –  PARTE  3

 (1) Continuamos  no  livro  de  Apocalipse  e  esse  primeiro  momento  é um  momento  de  reflexão  para  conversarmos. Trata-se  de  uma aula  com  um  tom  pastoral,  portanto,  pode  deixar  sua  caneta  e caderno  de  lado.  Eu  quero,  na  verdade,  conversar  ao  seu coração,  para  que  nós,  primeiramente,  possamos  entender  que conversar  sobre  escatologia  é  necessariamente  ter  uma  conversa sobre consolação  e  sobre esperança. Se  nós formos  estudar  o  livro  de Apocalipse  e  não  formos  tocados por  essa  mensagem  de  esperança  e  consolação,  nós  teremos fracassado.  Portanto,  antes  de  conversarmos  sobre  o  texto  e sobre  suas  principais  teorias,  peço  que  você  tenha  paciência  para que  nós  não  venhamos  a  perder  o  propósito  essencial  do  livro  de Apocalipse  que  é  ouvir.  

(2)Conforme já conversamos anteriormente, o Espírito fala, o povo ouve, e ouve sobre a consolação que existe em qualquer tempo, inclusive em tempos difíceis. Porque, se naquela época nós tínhamos o império romano e a figura das bestas, não é nenhum exagero falar sobre todo o ataque e toda crueldade que aquele período histórico significou na vida da igreja. A história nos conta que foram 300 anos de perseguição onde a igreja foi caçada de todas as formas. E então, quando essas figuras terríveis são escritas no livro de Apocalipse, isso não se trata de nenhum exagero, foi uma circunstância realmente única. E sem nenhum medo de errar podemos afirmar que, até hoje, não houve nenhum período na história em que a igreja sofreu tanto quanto naqueles 300 primeiros anos. Nós sabemos que a Bíblia fala sobre a grande tribulação, que será o período de maior sofrimento. Mas como a grande tribulação ainda não chegou, nós não temos ainda um período na história que se iguale ao que aconteceu com a igreja e ao risco que ela correu. Sabemos que sempre haverá impérios que se levantem contra a igreja para destruí-la, e quando um cai, outro se levanta. Nessas primeiras aulas nós precisamos ter uma cautela, porque o livro de Apocalipse precisa tocar em nosso coração, uma vez que são as últimas palavras que temos no livro sagrado sobre vários temas: as últimas palavras sobre Cristo, as últimas palavras sobre a igreja, as últimas palavras sobre adoração, as últimas palavras sobre o mal. Podemos ver os poderes das trevas nos capítulos 6 e 7 e também nos capítulos 12 a 14, onde esses poderes se levantam no passado, no presente ou no futuro. 

(3) É muito importante perceber que boa parte dos erros teológicos que nós vemos, é por não se saber situar Apocalipse no tempo. Dessa forma, os erros teológicos acontecem ou porque Apocalipse fica preso no passado, ou porque fica preso no presente ou no futuro. Mas é importante sabermos que o livro de Apocalipse não tem essa obrigação de respeitar o tempo nessas categorias que estamos acostumados. Muito pelo contrário, pois o livro de Apocalipse atravessa presente passado e futuro em todas as direções.
Ele quebra o tempo, assim como Deus está fora do tempo. O apóstolo João, movido pelo Espírito Santo, nos alerta para que nós possamos observar e aprender com a perseguição que houve no passado, a fim de que sejamos instruídos no futuro. E que tenhamos, no presente, uma postura que o Espírito Santo quer trazer para a vida da Igreja. O apóstolo João está falando do futuro, não para que estejamos presos a ele. Afinal, o que acontece com alguém que só olha para o futuro? Fica ansioso. Ou, o que acontece a alguém que só pensa no futuro 24 horas por dia? Essa pessoa fica presa em uma nuvem de ansiedade, que a torna incapaz de agir.

(4) João não está falando do futuro para que fiquemos conjecturando sobre ele, mas para que tenhamos uma base sólida para viver o nosso presente. Ou seja, não é conversar sobre apocalipse simplesmente fazendo conjecturas sobre o futuro, sem aprender a postura que o Espírito Santo está falando: Quem tem ouvidos ouça. E a postura que o Espírito Santo está trazendo falando do fim da história, é uma postura de aprender a viver com esperança no presente. Ao falar sobre o fim das coisas, Ele está nos ensinando a ser perseverantes no dia de hoje. Ao falar sobre os acontecimentos (guerras, bestas, batalhas, qual o final das coisas) é para que hoje, no presente, nós sejamos uma Igreja a qual o maior império maligno não roube nossa a paciência, perseverança, fé e esperança. Assim sendo, Apocalipse é uma conversa sobre o futuro, não para ficarmos presos ao futuro, mas para que o presente seja a nossa ferramenta de estabelecer o Reino de Deus aqui, agora, hoje. E nós temos, nos capítulos 6, 7, 12 e 14 as últimas palavras sobre o mal, sobre o império das trevas. Vemos então os selos sendo abertos nos dando a ideia de que, enquanto estão sendo abertos, a história está sendo colocada em ordem. Porque temos a sensação de que a vida está fora de ordem, que as coisas estão fora de ordem.  

(5) Temos então a ideia de que, quem vive pela fé, vive em conflito. E se quiser viver pela fé, você precisa conhecer suficientemente desse conflito, para poder continuar em paz. Você vive pela fé? Então vai vier em conflito. Entenda a natureza desse conflito para você que você seja uma pessoa guardada pela paz. A guerra é uma condição humana, e o livro de Apocalipse está descortinando essa guerra, e ser humano é estar em guerra. Os selos são abertos e as histórias da guerra começam a ser descortinadas diante dos nossos olhos e nós começamos a enxergar. Vemos então que nós temos em nosso favor um cavaleiro chamado fiel e verdadeiro. Em outro momento nós já fizemos a ideia de que o nome desse cavaleiro fosse “Logos”. Sendo assim, não podemos fazer essa distinção entre logos e rhema, como vejo essa tendência em muitas igrejas. O nome do cavaleiro em Apocalipse, no original, fiel e verdadeiro é Logos. Portanto, quem é esse Cavalheiro? Trata-se do próprio Jesus. Vemos que João já chamou Jesus de Logos no Capítulo 1 de seu Evangelho, e agora, novamente, ele o faz em Apocalipse. Portanto, Jesus é o Cavaleiro que nos ajuda nessa batalha, nesse enfrentamento contra o mal, nesse conflito que de quem está inserido nessa terra e está vivendo.

(6) Entretanto, a guerra pode receber o nome de competição, ou seja, é essa cobiça que nós temos dentro do nosso coração, ao desejar o bem dos nossos irmãos, de invejar a característica do vizinho, de estar sempre contradizendo, de sempre estar buscando o que não se pode ter. Essa guerra se revela dentro de nós de maneiras diversas. Em Tiago 4:1,2 ele nos questiona de onde vem essas guerras, dando, em seguida, a resposta de que as mesmas vêm dos nossos desejos. Ou seja, estamos em guerra por causa dos nossos desejos. E nós podemos até fazer essa relação com o livro de Apocalipse. O império das trevas usa nossos desejos. E quem leva o ser humano para o inferno não é necessariamente Satanás – ele usa o nosso pecado contra nós. Sendo assim, o que o inimigo tem para nos levar ao inferno é o nosso desejo desenfreado, é o pecado que existe escondido no coração do ser humano. O fato é que existe essa cobiça desenfreada, pessoas famintas por poder, a fome que se insinua em nosso coração de todas as formas possíveis. E também vivemos em uma sociedade que glorifica o padrão elevado de vida. Na verdade, o problema não é ser rico ou pobre – já conversamos sobre isso no livro de Tiago. Note que neste momento estou usando um tom totalmente pastoral em nosso estudo, porque toda formação precisa ter uma conversa de olho no olho, uma conversa ao pé do ouvido. E sim, pastores, pregadores precisam ser treinados também com pessoas que lhe falem aos seus corações. O fato é que precisamos conhecer a Palavra, mas o nosso coração precisa ser revelado. Sendo assim, gostaria de fazer um questionamento: Quais são as pessoas que você mais admira? Note que em nossa sociedade, as pessoas a quem mais admiramos são aquelas que acumularam coisas. Sendo assim, é até possível que você admire pessoas que acumularam muito conhecimento, ou que acumularam viagens, relacionamentos, várias mulheres, vários homens, poder, enfim, simplesmente acumularam. E as pessoas que a sociedade vai olhar e render continência ou prestar louvor, são aquelas que, ao longo dos seus dias, conseguiram acumular. Portanto, ao observar o mal e essa relação com o poder que os impérios malignos estão usando, precisamos ter o discernimento de que é a partir desse front que a maioria das batalhas começa, dentro e fora do nosso coração. Note que as pessoas que fracassaram em nossa sociedade são aquelas que fracassaram em acumular coisas; fracassaram em adquirir ou acumular conhecimento; fracassaram em não ter relacionamentos x, y, z; fracassaram em não conseguir dinheiro etc. Então nossa sociedade faz um corte, uma divisão, conceituando que sucesso é o sucesso das pessoas que acumularam. Por outro lado, fracasso é o fracasso das pessoas que não conseguiram acumular.   

(7) A maioria das nossas cabeças está formatada para respeitar e valorizar pessoas que conseguem acumular, seja o que for. No entanto, gostaria de desafiá-lo a estudar, de fato, a Bíblia a tentar encontrar algum momento em que Jesus Cristo faz reverência às pessoas que acumulam – não há. Pois se o próprio Jesus Cristo é quem nos fala para não ajuntar tesouros na terra. Portanto, o fracasso e o sucesso não podem ser medidos em relação àquilo que acumulamos. Fracasso e sucesso, no reino dos céus, é atribuído ao fato de se compartilhar ou não a vida que existe em Cristo Jesus. Assim sendo, precisamos reaprender a ser um tipo de pessoas que sabem compartilhar vida, que sabe compartilhar conhecimento, que sabe compartilhar até mesmo viagens, que saiba compartilhar bens materiais, enfim, que saiba compartilhar! E isso não é nenhum tipo de utopia de sistema político, mas estou falando de pessoas recebem de Deus e que compartilham de Deus. As últimas palavras que vemos na Bíblia é que o mal irá se proliferar de tal forma, que as pessoas vão se tornar cada vez mais gananciosas. E a principal estratégia de Satanás é agir através da ganância das pessoas, dessa cobiça desenfreada em busca de acumular mais do que precisam. Logo, o objetivo da batalha do Reino é substituir cobiça por graça.

(8) A igreja precisa ser a primeira defensora da ideia "eu não tenho problema se você tem isso ou tem aquilo". E seu coração precisa ser dominado pela graça do Cordeiro, e não pela cobiça do império das trevas. E assim vemos que os selos vão cada vez mais sendo abertos, e eles revelam os sinais: a pestilência do cavalo amarelo, o aumento das doenças. E então vemos, hoje, essa proliferação de doenças e acontecimentos, como epidemias e doenças mortais. Na abertura do 5º selo, no Capítulo 6: 9-11, nós vemos a perseguição religiosa; no Capítulo 6:12-17, vemos as tragédias. E então, diante de todo esse cenário de tragédias e perseguição religiosa, diante desse embate entre dois reinos, como freiar a ganância? Todos esses selos são a consequência de uma batalha que vai muito além do que imaginamos. É o reino das trevas lutando contra o Reino do Cordeiro. E Apocalipse 6 termina com uma pergunta: quem poderá suportar os selos, quem poderá suportar a abertura do resto dos selos, ou quem poderá suportar a crueldade dessa batalha entre dois reinos? Essa pergunta parece pressupor a ideia de que ninguém poderá suportar. No entanto, para nossa surpresa, o texto nos revela que os cristãos são as pessoas que conseguirão suportar tudo isso. 

(9)A surpresa  é  que  Cristo,  na  vida  da  igreja,  é  quem  vai fazer  com  que esse  povo  consiga  tal  proeza. No  capítulo  7:  9  o  texto  de  apocalipse  mostra  uma  multidão  de pessoas  um  número  que  não  consegue  se  contar  essas  pessoas vieram  da  grande  tribulação  um  exército  de  pessoas  que  foram marcadas  pelo  Cordeiro  e  que  não  sucumbiram  no  meio  da batalha. A  pergunta  que  faço  para  a  igreja  de  hoje  é  se  nós  já  temos  uma igreja  suficientemente  forte  para  conseguir  suportar,  para  fazer parte  desse  grupo  de  pessoas  que  suportou  a  batalha,  que conseguiu  permanecer  firme  durante  essa  guerra.  Porque pessoas  que  estão  indo  atrás  de  acumular  coisas  não  vão suportar,  não  vão  dar  conta  e  conseguir  sobreviver  nesse  meio, quando  essa  guerra  se  acirrar.  É  só  pensar  em  uma  guerra terrível  e  cruel.  Mas  se  fazemos  parte  do  reino,  a  nossa perspectiva  é  outra. O  capítulo  6  revela  o  conteúdo  da  história. O  capítulo  7  revela  o verdadeiro  povo  de  Deus  e  a  proteção  que  eles  recebem:  eles  são selados.  Podemos  ver  a  menção  dos  selos  em  vários  momentos  e circunstâncias  nos  textos  de  Efésios  1:13,14;  Efésios  4:30  e  1 Coríntios 1:21,22.   E  esse  selo  revela  algumas  características  que  são surpreendentes.  Porque  João  começa  a  falar  do  nascimento  de Jesus  Cristo,  e  ele  tira  aquele  momento  da  história  de  Jesus  na manjedoura,  cercado  por  pastores,  José,  Maria,  magos  que  vão 
visitar. E então ele tira esse momento da história e joga no universo, no cosmos. E ele desenha espiritualmente o que está acontecendo quando Jesus nasce. João fala isso levando a comunidade a experimentar a história como se estivessem diante de um filme onde todos os sentidos são afetados. Podemos imaginar as cenas de quando aparece um dragão tentando devorar o filho, ou aquele decreto que ordenava que matassem todos os recém-nascidos. Então vemos o dragão que cai e levanta de novo, e agora ataca a mãe, e vomita uma torrente de água para tentar afogar. Insisto que esses primeiros vídeos são conversas pastorais. Você pode, então, colocar sua caneta de lado para que nós possamos conversar sobre esse período, para que possamos refletir sobre a consolação, que é o objetivo da escatologia. O trabalho do dragão e da besta é enganar, intimidar. E quando ele consegue intimidar e engana você, ele rouba a sua obediência. Ele te assusta para que você não continue obedecendo. Ele te intimida, para que você recue na sua posição de fé. E então ele leva a ilusão para que você erre o caminho. O dragão é a figura de quem está o tempo inteiro tentando tirar o povo do caminho. Será que isso vale a pena? Nas epístolas de João ele já tinha falado que os anticristos (plural) saíram da igreja - a marca da besta é religiosa.  

(10) Em Apocalipse 13:11 nós vamos ver que ele (o anticristo) dissimula ser como o Cordeiro, ele tenta trazer o povo para si para adorá-lo usando milagres, usando o sobrenatural. Mas a ideia é que todo sobrenatural é movido pelo comércio, ou seja, o sobrenatural é só um produto. O 666 é uma marca comercial, mas é também é uma marca. Por que 666? Porque 6 é o número da natureza do homem. No hebraico eles usam muito o recurso da repetição para fixar uma ideia. Assim sendo, 666 é uma tentativa humana de espiritualidade, é uma tentativa humana que fracassa. É esforço humano que não consegue atingir a realidade em Cristo Jesus. É o homem tentando fazer religião com as suas próprias mãos, é o homem fracassado na sua fé, porque é uma fé vazia de Cristo e vazia de cruz; é o homem fracassando nas suas orações, porque elas só atingem a sua própria cobiça e o seu próprio engano; é o homem fracassado em crer, porque, ao tentar crer, ele só consegue enxergar a si mesmo. É o fracasso de não ser 777 - 7 é o número da perfeição, o número divino -, o esforço humano de ser espiritual sem contar com a graça misericordiosa de Jesus Cristo. Assim sendo, quando nós vemos a marca da besta, estamos pensando essencialmente em homens que não dependem de Cristo para tentar ser espirituais, e de homens que estão tentando comercializar: comprar e vender e, obviamente, lucrar em nome da Fé. Pensando nos dias de hoje, esse movimento sempre existiu, sempre existiu a "besta" tentando vender o Evangelho. Nesse sentido, é um movimento antigo, o espírito da besta sempre esteve - mas é claro que o texto vai apontar para o momento na história onde isso vai ficar além do imaginável. Vejo muitas pessoas com muito medo da marca da besta (666). E nós vamos ver a relação da marca da besta com algo chamado “shema”, que vamos encontrar em Deuteronômio 6:8. Nesse texto, nós vamos ver que eles cortavam pequenos filetinhos para que a lei fosse escrita e guardada. Eles enrolavam e colocavam pequenas cápsulas, e colocavam um couro nas costas da mão e também na testa. Nesse texto de Deuteronômio, podemos ver que existe uma marca, só que essa marca era shema, exatamente com essa ideia de mão e testa, só que era para guardar. E o shema tem essa referência do "ouça", para que o povo de Deus ouça a verdade, ouça o espírito, ouça direção. Portanto, o shema é o “ouça” que precisa ser marcado na vida do povo de Deus. O 666 é a marca de quem não está ouvindo. Então, antes de você pensar em qualquer coisa, você não vai entender a marca da besta se não fizer essa relação: Shema, em Dt 6:8, é o "ouça, Israel, grave as palavras da aliança no seu coração, na sua testa para que você esteja sempre na minha presença". 
Por outro lado, a marca da besta é o contrário do Shema, do ouça. É a marca de quem não está ouvindo. 

Por isso que, o tempo todo, as últimas palavras de Jesus para a Igreja foi: "Quem tem ouvidos, ouça". Logo, quem recebe a marca é quem não está ouvindo a voz do Espírito. Portanto, antes de pensar em qualquer tecnologia, o que primeiro vai acontecer à pessoa que está prestes a se marcar, é que ela não vai ouvir a voz do Espírito. Então, antes de se preocupar com pormenores infindáveis, a minha preocupação pastoral contigo é que você deixe seus ouvidos abertos. Eu chego a dizer, com muita certeza, que quem estiver de ouvidos abertos ao Espírito Santo não será marcado. Porque existe essa relação, essa marca. Aqui, quem não estiver ouvindo e que receber essa marca, desenvolve naturalmente uma religião de consumo, que é comprar e vender. Dentro da aliança que nós temos em Jesus Cristo, o sucesso é questão de compartilhar as verdades do Reino, compartilhar a vinda do Cordeiro.
 Por outro lado, as pessoas marcadas pela besta são aquelas que vão se tornar imitações baratas e vazias do evangelho, que compram tudo o que podem para mostrar que Deus os abençoa, e se curvam diante de todas as demonstrações de sucesso que esse mundo pode dar. O evangelho não é isso. A compra e venda de religião é a marca da besta. Não podemos esquecer que a essência da marca não é física, não é um objeto. E mesmo que exista um objeto ou um chip, se você está prestando atenção só no objeto, você não entendeu a marca. Pois a essência da marca é espiritual, é a marca de pessoas que não conseguem mais ouvir o Espírito Santo, que estão escutando a sua própria voz e que a besta está usando sua própria cobiça para que sejam iludidas, enganadas e aprisionadas. Nós podemos conversar isso de maneiras diferentes, mas a minha preocupação pastoral é que possamos entender a natureza da marca da besta.
  A natureza da sua marca é um esforço humano de quem não quer se render, de quem não entendeu que o Evangelho é baseado em graça. Minha preocupação pastoral, então, é que nós possamos entender que a marca da besta existe de uma forma que vai tão além da nossa percepção, que podemos estar sendo marcados sem perceber. Porque essa marca não começa ao lado de fora - o que acontece ao lado de fora será uma consequência do que primeiro acontece no lado de dentro. Shema, ouça, povo! Quem tem ouvidos, ouça! A marca da besta é a marca de pessoas que não estão mais ouvindo as Escrituras, de quem não está escutando mais o Espírito Santo falar, de pessoas que realmente não entenderam que o Evangelho é questão de graça.   

Podemos falar sobre diversas coisas sobre o livro de Apocalipse, mas a Escatologia bíblica é uma Escatologia que fala de consolação. E eu quero perguntar a você: na maioria das discussões sobre Escatologia e Apocalipse (pré-milenismo, amilenismo, pós tribulacionista), quanto isso tem produzido consolação em um povo que está sendo atacado constantemente pelo império das trevas? Pense nisso. Eu clamo a Deus que o livro de Apocalipse gere em seu coração a consolação e a esperança. A batalha é difícil, mas a vitória é nossa pelo sangue de Jesus. 

 Deus te abençoe. 

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