domingo, 22 de dezembro de 2019

Doutrina da Salvação – Parte 1

Para  começar  a  estudar  sobre  Doutrina  da  Salvação,  precisamos sistematizar,  organizar  os  textos  bíblicos  referentes  a  esse  assunto.  Quando  se vai  estudar  qualquer  tema,  precisamos  ver  como  os  textos  bíblicos  conversam sobre,  para  podermos  ter  uma  opinião  final  sobre  o  que  as  escrituras  dizem  a respeito  do  tema.   Utilizar-se  da  razão  para  estudar  a  Bíblia  é  muito  importante.  Razão, emoção  e  fé  caminham  paralelamente,  quando  a  fé  faz  você  continuar  a  subir onde  a  razão  e  a  emoção  não  conseguem.  Cuidado,  pois,  haverá  momentos em  que  esses  paralelos  podem  se  cruzar.  Fé  combatendo  a  razão  e  emoção, cabe  a  nós  conseguirmos  atingir  o  equilíbrio  entre  ambos.  Como  exemplo temos  o  pietismo  que,  ao  ver  o  uso  excessivo  da  razão,  força  a  volta  para  as emoções,  o  que  só  muda  o  foco,  mas sem  restaurar o  equilíbrio.   Na  história  da  Igreja,  podemos  ver  duas  formas  que  o  inimigo  tenta destruir  o  povo  de  Deus.  Uma  delas  era  o  embate  físico,  que  durou  cerca  de 300  anos,  e  a  outra  é  o  embate  intelectual,  ainda  recorrente  na  atualidade, onde  o  inimigo  tenta  combater  nossas  doutrinas e  nossa  fé  a  nível  mental.   Podemos ver que  a  salvação  nos  diferentes grupos significa:   
👉 Igreja  primitiva  grega:  ser salvo  da  morte  e  do  erro.  
👉Igreja  romana:  salvação  da  culpa  e  das  suas  consequências,  nesta  e noutra  vida  (purgatório  e  inferno)  
👉 No  protestantismo  clássico:  salvo  da  lei,  da  ansiedade  que  suscita  em nós e  do  seu  poder de  condenação.
👉 Pietismo  e  avivamento:  salvação  é  o  triunfo  sobre  o  estado  de impiedade  através da  conversão  e  transformação.  
👉Teologia  liberal:  progresso  na  direção  da  perfeição  moral.

Doutrina

 É possível olharmos para a doutrina como filosofia, mas nossa proposta é enxergar que o ensino bíblico (doutrina) traz respostas para a vida (existencial) as questões mais profundas do ser humano, estudar sobre doutrina é entender que precisamos ser salvos. E do que precisamos ser salvos: cada grupo responde da sua forma. Nós cristãos precisamos ser salvos de nós mesmos, do peso que carregamos, das nossas aflições na alma, do nosso ego e do nosso pecado. 

Tensão 

Quando falamos de salvação, é importante perceber que existe uma tensão entre exercer misericórdia e a exigência de justiça. O mistério que se desenha é entre a coragem de aceitar-se a si mesmo a despeito de saber- se inaceitável. 
  A Tensão entre a ira de Deus e o amor de Deus. Se não percebemos isso o amor se converte em sentimentalismo e fraqueza se não incluir a justiça. A mensagem de um amor divino que negligencie a mensagem da justiça divina não pode dar ao ser humano uma consciência tranquila. Essa tensão quando mal compreendida gera um ensino baseado em duas percepções: Risco x Segurança. 

Doutrina da expiação Expiação é o ato pelo qual o pecado é cancelado, o objeto da expiação é o pecado. O pecado é o que nos desvia do que deveríamos ser, nos afastando de Deus e nos esvaziando até não existir mais nada em nosso coração. A Expiação é criada por Deus de forma exclusiva. Há o equilíbrio entre amor reconciliador e exigência de justiça. Eliminação divina da culpa e do castigo não consiste em ignorar a realidade e profundidade da alienação existencial. Deus participa, assume a alienação existencial. O sofrimento de Deus não substitui o sofrimento humano, apenas o torna coparticipante. O ato divino supera, a alienação humana se ocupa da culpa e do pecado Rm 3:25.  

Salvação é: Reunir o que está alienado. Dar um centro ao que está disperso. Superar a ruptura entre Deus e o homem sendo Cristo o mediador- aquele que transpõe o abismo que existe, Cristo é o que reuni o que está separado e é também o Redentor. Na salvação a nossa vida será comparada a de Cristo, o que deixa a salvação inalcançável ao ser humano, necessitando da mediação Dele. 

 Substituição

A morte de Cristo é também substitutiva, Ele assumiu o nosso lugar. (Gálatas 3: 10-14) Amor e Justiça Você acreditaria em um juiz que recebesse o seguinte caso: Um certo homem chega em casa e vê que um assaltante roubou sua casa e matou toda a família. Em vez de se vingar, o homem leva este ladrão para julgamento do juiz. O juiz alega ser uma pessoa extremamente misericordiosa e absolve o assaltante. Coloque-se no lugar do homem que sofreu no assalto, qual o seu pensamento a respeito do juiz? Se não acreditamos em um juiz que agisse dessa forma, não podemos crer que é assim como Deus manifesta justiça em nossa vida. Todos pecamos, não somos inocentes. E como justificar nós que somos pecadores? A justiça de Deus não é feita de qualquer forma, na cruz é onde a justiça e o amor estão perfeitamente equilibrados. O Amor é sustentado pela Justiça, como por exemplo, quando um casal convive e apenas um dos lados faz as tarefas domésticas de casa. Por mais que eles se amem, o que mais faz em casa se sentirá injustiçado e o amor não será suficiente para manter o equilíbrio do casal. Na maioria das doutrinas da salvação, Amor e Justiça estão desiquilibradas ou desvinculadas. Pessoas que focam na justiça, afirmam que estamos seguros. Aqueles que focam no amor, nos dizem que estamos em perigo. Tenha ciência que o amor de Deus também vem com a Justiça divina, equilibradas na Cruz.   

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