sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

CRISTOLOGIA: Parte 1 - Introdução

Nesta  aula,  iremos  conhecer  os  motivos  que  nos  levam  a  estudar cristologia  e  as  explicações  no  decorrer  da  história  sobre  quem era Jesus  Cristo. 

 Olá!  bem-vindo  de  volta,  iniciamos  mais  uma  nova  jornada,  agora em  cristologia. 

POR QUE  ESTUDAR  CRISTOLOGIA?  

 Sempre  se  disse  muita  coisa  sobre  quem  foi  o  Cristo  e  a  pergunta que  faço  é:  de  que  Cristo  estamos  falando,  quem  é  essa  pessoa? Estudar  cristologia  significa  definir  o  objeto  da  nossa  fé,  quem  é esse  Cristo  de  quem  falamos.   Um  escritor  notável,  C.  S.  Lewis  (Clive  Staples  Lewis)  diz  que  só existe  três  possibilidades  para  pensar  em  Jesus  Cristo:  ou  ele  era um  lunático  que  estava  iludido,  como  por  exemplo,  na  nossa atualidade  temos  o  Álvaro  Thais,  conhecido  como  Inri  Cristo, provavelmente  você  já  deve  tê-lo  visto  em  algum  programa  de televisão  dando  entrevista  e  ele  realmente  acredita  que  ele  é Jesus  CristoEntão  a  primeira  alternativa  é  que  Jesus  Cristo tenha  sido  alguém  como  esse  sujeito,  alguém  iludido,  alguém  que tinha  uma  opinião  equivocada  sobre  si  mesmo.  A  segunda possibilidade  é  que  ele  era  intencionalmente  enganador,  ele estava  enganando  as  pessoas  e  a  terceira  possibilidade  e  é  a  que os cristãos creem, que ele era Deus. C. S. Lewis desenvolve um argumento que nos conduz a um desses três caminnhos. A tese de C. S. Lewis é muito importante porque há muitas pessoas que pensam em Jesus Cristo como sendo um mestre da moral, um revolucionário, alguém que foi bom, mas não tinha nada de divino, para eles, Jesus era alguém com conselhos úteis. A questão é que ao considerar tudo o que Jesus disse acerca de si mesmo, não tem como simplesmente ele ter sido um bom mestre da moral porque ele se denominou como o próprio Deus, ele disse que era o próprio Deus, ou ele era um charlatão, ou alguém lunático ou era o próprio Deus. A aula de cristologia ajudará muita gente a sair de cima do muro e definir de uma vez por todas quem você crê ser o Cristo. Vou ler um texto do livro de C. S. Lewis chamado Cristianismo Puro e Simples sobre isso que acabamos de conversar. “Estou tentando impedir que alguém repita a rematada tolice dita por muitos a seu respeito: "Estou disposto a aceitar Jesus como um grande mestre da moral, mas não aceito a sua afirmação de ser Deus." Essa é a única coisa que não devemos dizer. Um homem que fosse somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral. Seria um lunático - no mesmo grau de alguém que pretendesse ser um ovo cozido — ou então o diabo em pessoa. Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco ou coisa pior. Você pode querer calá-lo por ser um louco, pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou pode prosternar-se a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas que ninguém venha, com paternal condescendência, dizer que ele não passava de um grande mestre humano. Ele não nos deixou essa opção, e não quis deixá-la. [...] Agora, parece-me óbvio que Ele não era nem um lunático nem um demônio, consequentemente, por mais estranho, assustador e inacreditável que possa parecer, tenho que aceitar a ideia de que Ele era e é Deus.” C. S. Lewis é um escritor britânico e provavelmente você deve conhece-lo como autor de Crônicas de Nárnia. Esta é a minha primeira sugestão de livro, Cristianismo Puro e Simples que te ajudará a pensar sobre o tema cristianismo e, consequentemente, quem é esse Cristo que estamos falando.

 A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA John Stott, um outro autor que também já recomendo, dizia o seguinte: “Desrespeitar a tradição e a teologia histórica é desrespeitar o Espírito Santo que tem ativamente iluminado a igreja em todos os séculos. ” Stott faz essa afirmação pois ele crê que o Espírito Santo é coerente. Imagine, temos dois mil anos de tradição de igreja, há uma linha do que a igreja tem dito ao longo desses dois mil anos. Ignorar a história é simplesmente começar a dizer uma coisa que é totalmente contraditória aos dois mil anos de história e isso significa dizer que o Espírito Santo é incoerente. Pense, você chamar o próprio Deus de incoerente não é uma coisa muito sensata, se queremos ser coerentes, precisamos olhar para história. Teologia é uma coisa que se faz olhando para trás e para frente. Se realmente quisermos dizer algo diferente para esse tempo, precisamos estar abertos para estudar e entender o que a igreja tem dito ao longo de mais dois mil anos sobre a essência de Jesus, quem a igreja diz que Jesus Cristo é. Os cinco primeiros séculos da história, todos os pais da igreja, vários homens e mulheres, trabalharam, se esforçaram para trazer esse conceito mais limpo, mais claro possível de quem é Jesus. Quem é Jesus Cristo? Ele é Deus? Se ele é Deus, como se relaciona essa natureza do Divino e do humano? A questão se desenvolve da seguinte maneira: Jesus Cristo é homem ou Jesus Cristo é Deus? Em cima da humanidade de Cristo, em cima da divindade de Cristo, todo o debate é construído, hora defendendo Jesus Cristo homem e hora defendendo Jesus Cristo Deus. Ao longo desses cinco primeiros séculos a igreja entendeu que precisava harmonizar essas duas naturezas de Cristo. 

POR QUE É DIFICIL EXPLICAR QUEM FOI JESUS? 
O grande problema que temos para explicar é que o ser humano tem uma estrutura que é finita e, quando se fala de Deus, estamos falando de alguém que é infinito. Então a pergunta: como que existe essa relação dessas duas naturezas, Divino e humana? Pensar sobre isso é incrivelmente útil para nossa fé, para entender aonde a humanidade de Cristo nos leva e aonde a divindade de Cristo nos leva. A primeira geração de cristãos não teve tantos problemas como as gerações seguintes tiveram, porque eles viram a Cristo, testemunharam, viveram o evangelho e não tiveram que defender de uma forma profunda sobre essas questões que estamos debatendo. Simplesmente, eles viram, andaram, creram, testemunharam.  


A segunda geração enfrentou um dilema diferente. Na medida que eles foram questionados sobre quem era Deus, eles precisaram não só testemunhar, não só crer, mas explicar de forma profunda. Essa segunda geração teve um problema que a primeira geração não chegou a tanto, por mais que vemos Paulo desenvolvendo teologia, João desenvolvendo teologia, eles não gastaram tanto tempo desenvolvendo maneiras concretas e lógicas de quem era o próprio Cristo, então, isso coube a gerações que vieram depois. Pedro, que fazia parte da primeira geração, respondia de forma especial quem é Cristo dizendo: “Tu és Cristo, o Filho do Deus Vivo. ” Não existe nenhuma crise para o apóstolo Pedro, nenhuma crise para o apóstolo Paulo sobre responder quem era Cristo, mas ao morrer essa geração, várias questões foram levantadas. A segunda geração, pessoas que não viveram, não caminharam com Cristo, precisavam explicar como que alguém é homem e Deus ao mesmo tempo, porque as pessoas simplesmente não aceitavam ouvir que Ele era um homem e Deus ao mesmo tempo sem que houvesse um esclarecimento, eles queriam uma explicação concreta. A partir deste momento, nasce um esforço da igreja e dessas gerações de cristãos de não só viver, crer, evangelizar, mas explicar quem é esse objeto da fé. Querendo ou não, fazemos isso até hoje, da nossa forma, explicamos quem é Deus. Vemos testemunhos no YouTube, em igrejas, falando que não acredita num Deus que é raivoso, que deixa as pessoas sofrerem. Quando as pessoas dizem isso, estão definindo o que tipo de Deus elas creem. Mesmo que você não tenha nenhum gosto por filosofia, nenhum gosto por teologia, você irá dizer e escutará pessoas declarando que o Deus que eu acredito é assim, o Deus que eu acredito é assim, ou seja, essas pessoas estão delimitando o que elas entendem ser o que é o próprio Deus. Parece espiritual dizer que não explicamos a Deus, mas  na  pratica  todos  passam  o  tempo  todo  explicando  qual  é  o Deus  em  quem  eles  acreditam,  a  questão  que  surge  é  se  a explicação  que  damos  coincide  com  a  explicação  da  Bíblia. Como  cristãos,  não  temos  o  direito  de  fazer  isso  sozinho,  por  isso citei  a  frase  de  Stott.  Se  quisermos  falar  sobre  Deus,  sobre  a essência  de  Cristo,  precisamos  ser  coerentes  com  que  a  igreja tem  falado  ao  longo  de  todos  esses  séculos,  o  porquê  da  igreja  ter afirmado  certas  coisas,  o  porquê  a  igreja  teve  que  explicar,  porque a  igreja  usou  essas  categorias  tão  filosóficas.  A  igreja  sabe  quem é  Cristo? CRISTO  É  HOMEM,  DEUS,  OU OS  DOIS? A  primeira  coisa  que  precisamos  entender  agora,  é  o  caminho cristológico  para  tentar  explicar  esse  conceito.  Existe  um  debate que  começou  mais  ou  menos  no  ano  de  1800  e  vem  se estendendo  até  hoje  em  diversos  grupos  essa  discussão  ainda vive,  o  pensamento  que  crê  Cristo  de  cima  para  baixo  e  o pensamento  que  crê  Cristo  de  baixo  para cima,  uma  separação  da imagem  de  Jesus,  sendo  homem  ou  divino  e  não  os  dois  ao mesmo  tempo.   Até  1800,  o  pensamento  básico  dentro  da  ortodoxia,  um  conjunto da  fé  cristã  daquilo  que  a  igreja  entende  ser  a  fé  saudável, genuína,  defende  que  o  Jesus  da  história  é  o  mesmo  que  o  Cristo da  fé,  não  tem  separação  entre  essa  questão  subjetiva  de  um Cristo  que  você  crê  daquele  homem  histórico.  Após  esse  período, alguns  filósofos  começaram  a  fazer  esta  separação,  essa desconstrução  entre  o  Cristo  da  fé  e  o  Jesus  histórico,  mas  antes chegaram  até  mesmo  a  questionar  se  o  Jesus  da  história  era  real. A  quantidade  de  evidências  (documentos  históricos)  de  um  Jesus histórico  é  tão  gigantesca,  que  eles  não  conseguiram  negar  o  fato que existiu Jesus na história, então o que eles fizeram, o segundo passo foi dizer que o Jesus da história é diferente do Jesus da Bíblia, que esse Jesus da Bíblia foi fantasiado por uma geração de pessoas. PESQUISE! Era impossível negar contra uma centena de documentos históricos, como exemplo uma “espécie de ata” de que Jesus padeceu sob a mão de um Pôncio Pilatos, temos provas históricas de que Jesus morreu na cruz, existe documentos suficientes que garantam o que chamamos de historicidade. Não deixe ninguém te enganar, nenhum cientista sério do ramo da antropologia, irá dizer que Jesus não existiu, o que ele afirmará acreditar é que Jesus não é Deus. Ninguém com base na ciência pode dizer que não houve um Jesus, isso é uma mentira, uma fraude sem tamanho. Temos inúmeros recursos, livros, autores, instituições que você pode pesquisar, até mesmo em muitos canais no YouTube, inclusive falando especificamente sobre esta questão. O motivo que levou esses filósofos a desconstruir a imagem de Jesus Cristo, dividindo-o em Jesus da história e Cristo da fé, é porque eles não conseguiam acreditar em tudo que era sobrenatural na narrativa bíblica. Falando sobre o Jesus da história, temos os filósofos como Friedrich Schleiermacher, Adolf von Harnack e, assumindo o Cristo da fé, temos os filósofos do outro lado Søren Kierkegaard, Paul Tillich, que é um teólogo também. Ao falar somente sobre o Cristo da Fé, temos o pensamento de que não importa aquele homem na história, Jesus é qualquer figura religiosa que consegue agregar esse valor do Cristo da Fé. Buda poderia ter sido um Cristo da Fé, Maomé pode ser um Cristo da fé, qualquer coisa, qualquer ser, qualquer personagem da história pode capitalizar ou pode internalizar esses requisitos do Cristo da fé. Uma vez que foi separado do Jesus histórico deste Cristo da Fé abriu-se uma série de caminhos de filosofias para explicar. Um grande grupo de teólogos defendem essa divisão de que o Jesus da história é uma coisa e o Cristo da Fé é outra coisa. Dentro da ortodoxia cristã, daquilo que cremos como cristãos, como evangélicos, e podemos incluir sem nenhuma dúvida, sem nenhum medo, os católicos, acreditamos na mesma coisa de que na essência da pessoa de Cristo não existe divisão entre o Jesus da história e o Cristo da Fé. Afirmamos que o Jesus da história é exatamente igual ao Cristo da Fé. Ao ler alguma literatura, uma coisa que você pode notar é o posicionamento daquele teólogo, daquele escritor, se acredita que o Cristo da fé e o Jesus da história se encontram na mesma pessoa ou se escritor separa essas duas coisas, dando mais ênfase para este homem que viveu na história ou para esse símbolo espiritual.
 A METODOLOGIA HISTÓRICO CRITICA 
“A busca pelo Jesus histórico, no século XIX, envolveu a utilização da metodologia histórica-crítica na tentativa de descobrir quem era o Jesus da história. Eles trabalharam com o pressuposto de que o Jesus da Bíblia não era o Verdadeiro Jesus histórico.” Alan Myatt & Franklin Ferreira. Em vários momentos, em outras matérias e outras disciplinas, comentei com você sobre uma metodologia chamada históricacrítica. A gênesis, a essência dessa metodologia, é este conceito de desconstruir, de separar as coisas. Nosso material, o nosso curso não trabalha com essa metodologia histórica-crítica, uma metodologia que separa, desconfia dessa união entre história e a essência da Fé não é o que nós cremos ser cristianismo. Existe diversas categorias dessa busca pelo Jesus histórico ou essa busca pelo Cristo da Fé.

 RAZÃO E FÉ

 A Teologia liberal é alguma coisa que se opõem a ortodoxia, se opõe em relação a percepção de como olhar para fé, como olhar para a Bíblia. São maneiras radicalmente diferentes de analisar a Bíblia e o Jesus da Fé. Trago dois autores que são importantes nesses apontamentos e vale a pena você pesquisar sobre eles, Millard Erickson e Cornelius Van Til. Erickson usa o método Agostiniano enfatizando “a fé antes da razão, mas não independente da razão”, o que resume nossa postura. Falar de cristianismo é falar inicialmente de Fé, mas não de fé que não usa a razão. Em Coríntios 12, eu gosto muito de usar esse texto, a palavra no original é logikos ( ογός), o culto racional, o culto que exige a presença da razão. Falar de fé é também falar de racionalidade, mas uma racionalidade a partir da fé, a fé vem antes da razão e a razão não é excluída do processo. A turma que está buscando o Jesus histórico, separado do Cristo da fé, afirmam que a fé fica a serviço da razão, quem manda é a razão. Na ponta de cima, acaba funcionando a mesma coisa, quando se procura o Cristo da fé que pode ser qualquer coisa, pode ser qualquer entidade de qualquer religião, é uma que não está tão preocupada assim com a razão.   
O cristianismo propõe um equilíbrio entre fé e razão de uma maneira onde existe uma subordinação, mas não existe uma independência entre racionalidade e fé.
 RAZÃO E FÉ NO BRASIL Infelizmente, ao pensar em cristianismo no Brasil percebemos que a razão é uma coisa colocada no escanteio. O brasileiro acredita que não precisa pensar para ter fé, você não precisa ser racional para crer, o brasileiro acredita que é uma questão completamente intuitiva, você não precisa pensar para ter fé. Cuidado, se você pensa assim, de que Cristo está falando? Em que religião você está falando? Deus é o criador e Ele te deu uma razão e você começa a excluir a sua razão do seu processo de fé, cuidado, você pode chegar em lugares tremendamente perigosos! Cornelius Van Til sugere a ideia de um pressuposto que a partir de todos os seus pensamentos, você irá fazer uma construção racional, mas essa construção, essa reflexão, esse debate, parte de saber que existe um Deus, você sabe que existe um Deus e é a partir Dele que você começa a construir as suas teorias e os seus argumentos. Ao defender o Jesus histórico separado do Cristo da fé, você colocou a razão acima de qualquer coisa, correndo risco de destruir qualquer possibilidade de fé. Ao enfatizar o Cristo da fé independente do Jesus histórico, você coloca a fé de uma maneira tão abstrata que você destrói esse link, o elo com a história. Pensando nisso, podemos remontar essa cristologia, essa relação de Fé e a Razão com algumas seitas que temos no nosso tempo. A cristologia das Testemunhas de Jeová, por exemplo, não acreditam na Trindade, no equilíbrio entre humanidade e divindade de Jesus e eles usam as referências dos Pais da igreja, Justino, Irineu, Clemente de Alexandria, para atestar o que afirmam. Eu te convido a pesquisar, estudar sobre o que as Testemunhas de Jeová falam, como nos folhetos que eles distribuem Deve-se Acreditar na Trindade? E o que os Pais da igreja realmente afirmavam, visivelmente existe uma distorção do que foi dito. Você encontrará sobre isso no livro Padres Apostólicos1, do original em inglês, Ante-Nicene Fathers, por Philip Schaff. O segundo grupo que vale a pena pensar são os Mórmons. Os Mórmons tem uma cristologia estranhíssima, eles afirmam, pelo menos inicialmente, que Lúcifer era irmão de Jesus e eles fizeram uma votação e Jesus ganhou para ser o salvador, assim os espíritos bons se encarnaram em pessoas de pele branca e os espíritos maus encarnaram em pessoas de pele negra. A cristologia deles é extremamente fantasiosa, a relação entre fé e razão está muito descaracterizada. 

DESAFIO PASTORAL

Eu te convido a desmontar o raciocínio que os Mórmons têm sobre essa questão de que Jesus era irmão de Lúcifer, que houve uma votação e Jesus ganhou e houve as encarnações em pessoas de pele branca e pele negra. Qual o fundamento racional dessa cristologia? Vemos que isso é um processo mais mitológico do que qualquer outra coisa, é perfeitamente possível desmontar racionalmente essas afirmações. Lembra, não estou falando de respeito, estou falando de racionalidade. Podemos falar ainda sobre um terceiro grupo, a teologia da libertação. Aqui, vemos esse mesmo debate, mesmo dilema entre a ênfase na história e a questão de Jesus humano. Por mais que tenhamos visto grandes coisas, muitas coisas positivas que a teologia da libertação fez nas áreas sociais, vemos uma ênfase demasiada na questão humana e, aquilo que é Divino, fica em segundo plano. Essa preocupação com aquilo que é humano, aprisiona toda a fé nas dores e necessidades físicas, salvação é simplesmente recuperar a dignidade de ser humano o que é muito bonito e necessário mas cremos que evangelho é muito mais do que um projeto político social. Cada uma dessas teorias acaba dando ênfase demais na natureza humana ou na natureza Divina, desequilibrando o processo, por exemplo, é a própria ideia do Cristo da nova era como se fosse um Avatar, um ser tão sobrenatural, tão místico que perde todo o caráter humano da fé. A relação da Fé perde tudo aquilo de que tem a ver em tocar a nossa realidade, a nossa essência. Reitero, cada uma dessas teologia acabam batendo em um dos dois polos, ou dando ênfase exagerada na questão humana ou dando ênfase exagerado na questão Divino.
  O cristianismo faz, historicamente, uma defesa de equilibrar as duas naturezas. Na próxima aula mergulharemos ainda mais nesse universo e que Deus te abençoe. Até a próxima. 

Nenhum comentário: