domingo, 17 de novembro de 2019

Palestina nos Tempos de Jesus - Parte 2

 Hoje  falaremos  sobre  o  ambiente,  as  instituições  e  os personagens  que  conversaram  com  Jesus.  Quando  olhamos  para o  mapa  (anexo  à  aula  anterior)  podemos vê história,  vidas e  pessoas. Vale  observar  que  quando  falamos  de  Palestina,  estamos  falando de  terra,  do  território  onde  o  povo  de  Deus  sempre  viveu  e  agora, nosso  objetivo  é  conhecer todo  esse  contexto. Agora  vamos  a  novos  elementos,  no  período  após  todas  as marcas,  qual  é  a  consequência  definitiva  de  tudo,  nesse  momento da  história,  tem-se  estrada  para  ligar  todos  os  lugares,  assim,  o povo  possui  mobilidade,  antes  era  muito  difícil  se  locomover, depois  que  os  Romanos  vieram,  tudo  se  interliga,  as  estradas,  a língua  (grego)  e  o  comércio,  que  é  onde  as  pessoas  se  conectam, compram  e  vendem,  é  uma  vida  urbana.  Temos  então  a interferência  dos gregos tentando  moldar o  pensamento. A  primeira  ideia  dessa  aula  é  a  Sinagoga,  ela  foi  um  evento  muito importante  na  história,  pois  apareceu  em  um  tempo  onde  não existia  um  templo  e  o  povo  estava  longe  de  casa,  então  a sinagoga  surgiu  de  um  desejo  do  povo  de  aprender  a  palavra  de Deus  e  seus  costumes,  então  passaram  a  exigir  dos  sacerdotes esse  local.  A  própria  ideia  de  sinagoga  no  grego  vem  de  reunião, de  estar  todos  juntos.  A  sinagoga  é  aonde  o  povo  se  junta  para aprender  sobre  Deus,  mas  qual  é  a  importância  desse  local?  Foi um  instrumento  usado  de  forma  definitiva  para  Israel  vencer  a idolatria.  No  Antigo  Testamento,  sempre  vemos  um  povo  que  se levanta e cai, levanta e cai, por causa da idolatria. A sinagoga representa na história do povo de Israel, um momento de virada, depois de todo o sofrimento, é na sinagoga que os mestres irão aparecer, ensinando a ler, dar ênfase no jejum, no sábado, na circuncisão, na pureza da aliança, então é aqui que surge uma figura muito importante, a do mestre. Qual a diferença entre o mestre e o sacerdote? O mestre não tinha necessidade de ser de linhagem sacerdotal, era alguém habilitado a falar sobre a lei e ensiná-la, ele era o instrumento de auxílio para o povo dentro da sinagoga. Em muitas vezes, Jesus é chamado de mestre, e quando as pessoas estão olhando para Jesus e chamando-o de mestre, eles têm todo esse sentimento, pois quando se olha para um mestre, sabemos quem ele é, é que ajudou de uma vez por todas a acabar com a idolatria, pois sabiam qual era o efeito da idolatria na vida do povo. Na sinagoga, temos um grupo de adoradores que se reúnem para ouvir a lei, eles se concentram ali e desejam ouvir a lei, pois sabem que se não guardarem a lei no coração, passarão por períodos difíceis. Depois desse período onde a palavra era explicada e existia a exortação (no original, exortação tem a ver com encorajamento), existia um momento onde eles recitavam e cantavam o Salmo, aprendiam com essa linguagem a cantar com a alma. Essa estrutura que vemos dentro da sinagoga é a base de toda a liturgia da maioria das igrejas cristãs de hoje (com algumas variações, é claro), mas desde a sinagoga, vemos o formato claro de culto que devemos obedecer. Inicialmente, a sinagoga seria provisória, mas começou a fazer parte da vida do Judeu de forma tão definitiva, até mesmo com a conquista do fim da idolatria, o Judeu nesse período era alguém que não pensava mais na ideia de fazer uma imagem, construir um Deus de algum material, então por essa conquista, a sinagoga ganha um lugar permanente na história dos judeus. Hoje os Judeus continuam se reunindo em sinagogas.

 A próxima instituição é o sinédrio, ele veio com Esdras e Neemias, eles fizeram uma reforma e levaram o povo a fazer um pacto de aliança com Deus para viver o que eles entendiam que era a Lei de Moises, sendo assim, esse primeiro pacto foi a matriz do que entendemos por sinédrio, ele era uma suprema corte, onde se legislava sobre a vida do Judeu, tinha um impacto muito forte, pois era ali em que o Judeu era julgado. O sinédrio era presidido por um juiz, e ele tinha poder inclusive de pena de morte, era composto por 70 pessoas e todo o Judeu, em qualquer lugar, era sujeito ao julgamento dessa corte. Mas qual é a importância disso para o texto bíblico? É nesse lugar em que Jesus entra e é julgado para ser sacrificado. Qual é a ironia? O sinédrio foi construído para que o Judeu não se perdesse, mantivesse sua fidelidade com Deus. E quando Jesus entra no Sinédrio, no lugar que foi feito para que os Judeus não se perdessem do caminho, eles condenaram o próprio caminho. Então essa ilustração mostra como temos a tendência de, mesmo bem-intencionado, nos perder naquilo que temos de melhor. O sinédrio e a sinagoga eram para ser lugares de benção, mas Jesus teve que brigar com esses dois lugares. Agora vamos pensar nos personagens da história, quem vivia na Palestina na época de Jesus? Primeiro, eram os Samaritanos, podemos ver vários textos na Bíblia falando deles. Quando Zorobabel foi construir o templo, ele volta para a Palestina e traz um grupo com ele, a região de Samaria era um lugar onde, no exílio, os dominadores trouxeram povos de outros lugares para povoar o local, essas pessoas não tinham a identidade judaica. 

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