segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Os Evangelhos - Parte 1

Neste módulo nós vamos aprender mais a respeito dos Evangelhos, e as principais características de cada um deles. Nesta primeira parte, estudaremos  o livro de Mateus e o Sermão do Monte. É muito comum que as pessoas façam certa confusão com relação ao conteúdo dos Evangelhos. Precisamos atentar ao fato de que todos eles falam sobre relatos da vida de Jesus, porém, cada um à sua maneira. Para entendermos melhor,  vamos fazer uma analogia: imagine um    pai que faz uma festa e convida todos    os seus filhos. No dia seguinte, cada um    irá contar a respeito da festa para seus    amigos. No entanto, é inevitável que  nenhum deles conte os detalhes de    forma idêntica um ao outro. Isso, porque    cada um tem o seu próprio ângulo de    visão, que é diferente do outro. O que    acontece nos Evangelhos é que cada    escritor percebe aquilo que foi    testemunhado com características    únicas. A seguir, vamos compreender as    principais características de cada um.   

LIVRO DE MATEUS 

 Começa com uma genealogia pra nos situar na história. Essa analogia é como se fosse um mapa, ela nos localiza na História. O livro de Mateus é escrito para os judeus. Existe aquela preocupação de que o judeu conheça a vida de Jesus, para que ele possa fazer uma conexão entre o que ele aprendeu no torá e o que Jesus nos ensinou quando estava aqui. Trata-se de um livro didático, doutrinário, escrito para combater o farisaísmo, visando trazer o crescimento da igreja. Na mentalidade judaica nós temos o torá, que é identificado nos 5 primeiros livros da Bíblia. Além disso, temos a tradição oral que era muito forte na época. O livro de Mateus, então, vem para cumprir um objetivo: combater a tradição oral, que está incutida nos fariseus. E assim, esse Evangelho mostra que a lei faz todo o sentido (porque é de Deus), mas que essa tradição oral precisa ser quebrada, pois é justamente essa tradição que tem impedido que os fariseus e outras pessoas entrem no reino dos céus. Tradição oral é tudo aquilo que ouvimos de boca a boca. É todo o conhecimento que é transmitido de pai para filho, nosso conjunto de experiência. Portanto, não é somente o fariseu que tem uma tradição oral. O que Jesus questiona é a dependência que essas pessoas têm de se basear em suas experiências ou naquilo que é transmitido boca a boca. Ou seja, o povo não estava conseguindo conciliar experiência com o que está escrito na palavra. Quando baseamos nossa fé na experiência, a gente pode se perder. E Jesus está querendo minar essa tradição oral para que o cerne da lei seja novamente entendido. Não há problemas com as experiências, pois todos nós devemos ter nossas experiências com Deus. O problema é que chegou um momento em que as experiências passaram a ser um obstáculo para as pessoas poderem entender e viver o Evangelho.  Vemos, então, no discurso de Jesus, a tentativa de mostrar a diferença que havia entre a tradição oral e a lei. E assim podemos dividir o livro de Mateus em um grupo de ensinamentos, textos, sermões. Se olharmos ao longo do livro, todas as histórias acontecem num período entre uma pregação e outra. É uma coletânea de sermões. 

Sermão do Monte   

No capítulo 5 Mateus, nós temos o Sermão do Monte, uma mensagem para ensinar o significado de felicidade, à luz da Bíblia. O monte, olhando pra geografia de Israel, faz parte do dia a dia, mas também era um lugar especial que contava a história da fé daquele povo, os cultos, os ancestrais, a lei. Era também um lugar pra se afastar do centro da cidade, um lugar de calma. E é esse lugar que Jesus escolhe para falar sobre as características do que é ser uma pessoa feliz, um bem - aventurado. 

  Vejamos quais são elas: 

👉🏿 Pobres de espírito:

Essa palavra tem sido erroneamente mal interpretada e até mesmo evitada. Ninguém quer ser pobre de espírito. No entanto, Jesus nos diz que isso é felicidade. Mas, por quê? Porque o pobre de espírito enxerga o que ele tem falta. E porque ele enxerga isso, é também capaz de depender de Deus. Ele olha para si mesmo e enxergar suas limitações, por isso pode ir até a cruz. Mas observe que uma coisa é um pobre de espírito jejuando. Outra coisa é alguém que não é pobre de espírito fazendo o mesmo. O jejum é um ato de contrição de um pecador que reconhece seu estado de pecado, e está em busca de misericórdia. Assim sendo, o jejum na vida do pobre de espírito remete à ideia de que ele reconhece a sua condição de pecador e, por isso, busca misericórdia. Dessa forma, o jejum se torna uma auto percepção,    uma conversa  com Deus. Por outro lado,  quando a pessoa não tem essa percepção, ela acredita que seja autossuficiente e,    por isso, tem merecimento próprio de    alcançar benefícios da parte de Deus. O    pobre de espírito consegue entender    muito bem a frase de Isaías quando ele    recebe o chamado: “ai de mim que sou    pecador”. E assim compreendemos que    a experiência de santidade nunca começa  com “ai de você”, começa com “ai de  mim”. 

👉🏿Fome e sede de justiça

Aqui Jesus    não está se referindo à justiça humana,    mas à fome de justiça de Deus. E a    justiça do Evangelho vem pela fé.

👉🏿Pacificadores

Estes buscam a paz,    são construtores de pontes, trazem a    realidade da paz para a vida das    pessoas. O tempo todo nós vivemos    buscando felicidade. Por esse motivo,    faz-se necessário que nos concentremos  sobre o que Jesus nos ensina sobre as    bem-aventuranças.    

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